RECANTO FELIZ
Um bairro recente, com cerca de 700 famílias habitando a margem do Rio Itapocuzinho. Este é o cenário onde está localizada a Escola Vereador Armin Bylaardt, no Bairro Recanto Feliz, em Guaramirim.
O bairro é escolhido pelos moradores por ser próximo de Jaraguá, que oferece mais oportunidades de emprego, melhorando as condições de vida. A professora Glauce Machado coordenou em julho deste ano uma pesquisa com as famílias dos alunos, que mostrou que a maioria dos habitantes do Bairro Recanto Feliz veio de um Estado próximo: o Paraná.
E foi com alguém vindo de fora que a história do Recanto Feliz começou. Entre 2002 e 2004, a escola fez um resgate histórico do bairro, registrado em um livro bastante manuseado. Nele é possível ler uma história bem curiosa: a do “Alemão Cachorro”. Lá por volta do fim do século XIX, um homem chamado Paulo Schneider mudou-se para as terras onde mais tarde se fixaria o Recanto Feliz. Na época não havia estradas; a única forma de penetrar naquelas matas era pelo Rio Itapocuzinho. O Sr. Schneider, acompanhado da esposa e dos três filhos, vivia isolado ali. E não era por falta de estrada: ele mesmo não permitia que as pessoas atravessassem o rio e adentrassem as terras do bairro. Por este comportamento pouco simpático, Paulo Schneider ficou conhecido como o “Alemão Cachorro”.
O Bairro Recanto Feliz, que tem agora sete ruas, foi retratado pelos alunos em maquetes que ficaram expostas nas dependências da escola. O rio, a escola, o morro, a lagoa e até a mercearia do bairro foram representadas ao lado das casinhas de papelão com cores de tinta guache. Um primor.
A estudante do 5º ano Mirian Dias de Oliveira, 10, acredita na importância do trabalho. “Nosso bairro está precisando ser relembrado”, afirma. A colega Rúbia Leticia Junk, 9, concorda e acrescenta “É legal saber que muitas pessoas já moraram aqui”.
Por ser um bairro recente, existem poucas pessoas que nasceram ali; a maioria é imigrante de outras cidades, bairros e estados. Segundo a professora Glauce, isto é um reforço para as atividades do Redescobrindo os Bairros. “Os alunos e os pais não conhecem a história do bairro”, diz.
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