Após mapearem o bairro, alunos descobriram como tudo começou
No dia 4 de novembro, a Escola e Pré-escolar Cantinho da Amizade, na Vila Carolina, reuniu seus alunos do turno matutino e três convidados para mais uma etapa do Projeto Redescobrindo os Bairros de Guaramirim. Helena de Borda da Cruz, 65, Olga Oraci Silveira, 70 e João Valdemiro Dalprá, 62, são moradores antigos da localidade e conhecem bem a história da Vila.
Antigamente, o local era pouco habitado. A maior parte das terras pertencia ao pai de Valdemiro, que trocou terrenos pela mão-de-obra da família Batista. Um dos membros desta família, avô de dona Olga, foi criado pela madrinha, dona Carolina. Foi assim que ele ficou conhecido como João Carolina, nome que mais tarde batizou o bairro.
Antigamente, o local era pouco habitado. A maior parte das terras pertencia ao pai de Valdemiro, que trocou terrenos pela mão-de-obra da família Batista. Um dos membros desta família, avô de dona Olga, foi criado pela madrinha, dona Carolina. Foi assim que ele ficou conhecido como João Carolina, nome que mais tarde batizou o bairro.
Já dona Helena herdou do marido um grande terreno, que ela optou por desmembrar em 1987, após a morte do companheiro. Cada lote foi comprado pelo equivalente a R$ 1.500. “Foi um preço muito baixo, mas eu tinha amigos que não tinham um lugar para morar. Hoje em dia, eles tem”, conta.
Com o passar dos anos, novos vizinhos foram aumentando a população da Vila Carolina. Com eles, vieram o comércio, a luz elétrica, as casas se tornaram melhores e mais confortáveis. Mas se engana quem pensa que não houve ônus. “Não podemos mais criar um porco, uma galinha, uma vaca em casa. Antes havia sossego, agora tem muito movimento, muito roubo”, reclama Helena.
A má qualidade da água encanada e a falta de pavimentação em algumas vias do bairro também foram lembradas como empecilhos. “Tem muita poeira aqui”, diz dona Olga. Os convidados relembraram as poucas opções que tinham quando crianças para se divertir. “A maior aventura era atravessar o rio de bicicleta, passando por cima de um troco de coqueiro”, ri Valdemiro. “Caí muitas vezes dentro daquele rio”, conta Helena.