Guaramirim

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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Escola relembra o início da Vila Carolina

Após mapearem o bairro, alunos descobriram como tudo começou

No dia 4 de novembro, a Escola e Pré-escolar Cantinho da Amizade, na Vila Carolina, reuniu seus alunos do turno matutino e três convidados para mais uma etapa do Projeto Redescobrindo os Bairros de Guaramirim. Helena de Borda da Cruz, 65, Olga Oraci Silveira, 70 e João Valdemiro Dalprá, 62, são moradores antigos da localidade e conhecem bem a história da Vila.
Antigamente, o local era pouco habitado. A maior parte das terras pertencia ao pai de Valdemiro, que trocou terrenos pela mão-de-obra da família Batista. Um dos membros desta família, avô de dona Olga, foi criado pela madrinha, dona Carolina. Foi assim que ele ficou conhecido como João Carolina, nome que mais tarde batizou o bairro.


Já dona Helena herdou do marido um grande terreno, que ela optou por desmembrar em 1987, após a morte do companheiro. Cada lote foi comprado pelo equivalente a R$ 1.500. “Foi um preço muito baixo, mas eu tinha amigos que não tinham um lugar para morar. Hoje em dia, eles tem”, conta.
Com o passar dos anos, novos vizinhos foram aumentando a população da Vila Carolina. Com eles, vieram o comércio, a luz elétrica, as casas se tornaram melhores e mais confortáveis. Mas se engana quem pensa que não houve ônus. “Não podemos mais criar um porco, uma galinha, uma vaca em casa. Antes havia sossego, agora tem muito movimento, muito roubo”, reclama Helena.
A má qualidade da água encanada e a falta de pavimentação em algumas vias do bairro também foram lembradas como empecilhos. “Tem muita poeira aqui”, diz dona Olga. Os convidados relembraram as poucas opções que tinham quando crianças para se divertir. “A maior aventura era atravessar o rio de bicicleta, passando por cima de um troco de coqueiro”, ri Valdemiro. “Caí muitas vezes dentro daquele rio”, conta Helena.

Câmeras de monitoramento em Guaramirim

  Comandante prevê instalação para o final de janeiro

Em convênio com o Estado, Guaramirim irá receber dez câmeras para o monitoramento da região central do município. Na manhã de terça-feira, 8, o comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar, Jofrey Santos da Silva, se reuniu com o prefeito para discutir questões técnicas sobre o possível ponto onde as câmeras devem ser instaladas. Segundo o comandante, a instalação será feita em pontos estratégicos e irá obedecer alguns critérios que estão sendo levantados por meio de estudos. Ele acrescentou que os pontos ainda não foram definidos,porém a instalação das câmeras deve ser feita até o final de janeiro.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Convite para Mostra de Trabalhos


Quem acompanha o Jornal de Bairros de Guaramirim observou que, neste ano, nosso foco foi noticiar o resgate histórico dos bairros da cidade, realizado pelas escolas. O projeto Redescobrindo os Bairros surgiu de iniciativa do Jornal de Bairros e Jornal do Vale do Itapocu, em parceria com a Câmara de Vereadores e Secretaria de Educação do município.
Durante 2011, as escolas se dispuseram a trabalhar em sala de aula a história de cada bairro, com a ajuda de seus alunos e da memória viva da comunidade.
No próximo dia 25 de novembro, será iniciada a etapa final do Projeto. Nas dependências da Prefeitura de Guaramirim, será realizada a Mostra de Trabalhos produzidos durante todo o ano. Será o momento em que alunos e professores das diversas unidades de ensino participantes irão compartilhar suas experiências e resul­tados. O conhecimento e resgate histórico gerado irão para além dos muros das es­colas, partilhados com toda a comunidade de Guaramirim e região.
Compareça com sua família. Os trabalhos ficarão expostos até o dia 10 de dezembro. A Prefeitura Municipal de Guaramirim localiza-se na Rua 28 de Agosto, 2042  . O horário para visitação da exposição é das 8h às 12h e 13h às 16h.
Trabalhos na rede
O coordenador do projeto, Francisco Schork revela que a Câmara de Verea­dores de Guaramirim irá disponibilizar um espaço em seu site para que seja criada uma página especial do Redescobrindo. Fotos, documentos e históricos de bairros e escolas, resgatados através do projeto, estarão online e disponíveis para toda a Guaramirim. Há também a intenção de reunir todo o material em um livro.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Da guerra para o Amizade

 Escola convidou moradora do bairro para referenciar o passado

Dona Lili Hardt Wachsmann tem 66 anos, e mora no Bairro Amizade, em Guaramirim, desde que nasceu. Os pais, imigrantes europeus, vieram para o Brasil em fuga, escapando dos malefícios da 1ª Guerra Mundial. Lili conta sua história com calma, diante da platéia de crianças, alunos do 5º ano da Escola Urbano Teixeira, localizada no mesmo bairro em que a senhora se criou.
Os estudantes querem saber, e dona Lili responde. Seus irmãos e seus filhos também nasceram na região. “Antigamente, esta área era considerada Centro de Guaramirim, mas foi desmembrada para Amizade”, informa. As estradas, na época, eram picadas abertas a facões, por onde passavam carroças e cavalos. “Lembro que na minha 1ª comunhão, fui de bicicleta para a igreja”, conta. O bairro era tão pequeno que era possível contar as casas facilmente. Dona Lili trabalhou, como muitas crianças da sua idade, na roça com seus pais plantando aipim, batata, arroz.
Próximo ao Corpo de Bombeiros de Guaramirim, ela conta que havia um açougue, de propriedade de seu pai. A carne era entregue de porta em porta, da mesma forma que os leiteiros entregavam suas garrafas há um longo tempo. A carne que não era vendida era salgada para o charque, já que não havia formas de congelá-la.

Nasce a Fundag em GN

 Município poderá contar com Fundação do Meio Ambiente

Na tarde de segunda-feira, 24, o prefeito Nilson Bylaardt assinou a lei complementar que autoriza a criação da Fundação do Meio Ambiente de Guaramirim – Fundag.
Entre as funções atribuídas ao novo órgão, está a de firmar convênios e consórcios e execução da política municipal de meio ambiente. A Fundag irá definir e implantar áreas de proteção ambiental, além de fiscalizá-las.
Através de concurso público, serão contratados engenheiro ambiental, engenheiro florestal, engenheiro químico, fiscal ambiental, biólogo, geólogo, geógrafo e advogado. O gestor da fundação e dois diretores serão indicados pelo governo, fechando o quadro de 11 funcionários.
“Poderemos trabalhar com mais força diversas questões voltadas ao meio ambiente. Desde a educação ambiental até análise de projetos para implantação de empresas e condomínios habitacionais, uma demanda que não encontra atendimento rápido em outros órgãos”, ressaltou Bylaardt.



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Uma doce volta ao passado


Etapa do Redescobrindo os Bairros foi realizada em escola da Estrada Bananal

Com a ajuda do jovem neto, ele conecta o motor da tobata ao moedor. Uma a uma, as canas são esmagadas e o caldo extraído é recolhido em um balde.
É assim que a famosa guarapa, ou caldo-de-cana, é produzida. Bebida doce que encantou as crianças do 5° ano da Escola Alice Olinger Dias, que visitaram a propriedade do Sr. Egon e de dona Maria Schuschadt. Lá elas puderam observar o grande tacho onde se faz o melado, o triturador de capim para alimentação do gado e o enorme galinheiro, com os ninhos cheios de ovos.
O Sr. Egon mora na região desde que nasceu. A escola em que se alfabetizou ainda é a mesma, mas antes de ser Alice, era Timbiras. Depois de servir o caldo-de-cana às crianças e desenferrujar os dedos na gaita que ganhou de presente da filha mais velha, ele convida o grupo de alunos para conhecer a casa de sua mãe, a mais antiga do bairro.
A pé, os estudantes percorrem a estrada de chão até a propriedade de dona Wanda Schuschadt, não muito longe dali. A casa de madeira, datada de 1954, resiste bravamente ao tempo, graças aos cuidados da jovem senhora de 92 anos que mora ali. Ativa, ela encontra as crianças no portão, e seu filho mostra com orgulho a roça que a mãe estava capinando antes de receber as visitas.

Origens descobertas

RIO BRANCO

Quem entrava no recinto decorado era, no mesmo instante, transportado ao passado. Já no primeiro estande a nostalgia se instalava, com os discos de vinil, videogames, televisor, rádio e outros utensílios, todos do século passado. Painéis com fotos antigas da escola e de seus alunos decoravam as paredes, enquanto os visitantes, atentos, observavam a tudo com prazer.
Deste modo estava o ginásio de esportes da Escola São José, no Bairro Rio Branco, durante a Mostra de Trabalhos no dia 6 de outubro. A exposição exibiu todo o material resgatado através do projeto Redescobrindo os Bairros de Guaramirim. Alunos do 2º ao 9º ano trabalharam na pesquisa desde o mês de maio, que envolveu todas as disciplinas, em temas sobre o esporte, culinária, agricultura e meio ambiente.
Além dos estudantes, todo o corpo docente foi envolvido no resgate da história da escola e do bairro, em um trabalho conjunto com a comunidade, peça essencial para que o resultado fosse alcançado. À frente da coordenação do projeto esteve o professor Belmiro, que ao abrir a cerimônia disse ter ficado emocionado ao ver a exposição. “Nos preocupamos muito com o presente e jogamos fora o passado. Se não nos preocuparmos em guardar, selecionar, acabamos sendo esquecidos”, disse. Natural de Guaramirim, onde sua família vive há 60 anos, o professor relatou a experiência de entrar em contato com amigos e conhecidos de seus avós, que participaram do crescimento da escola e do bairro. “Fiquei surpreso com tantas pessoas envolvidas na história da comunidade. Foi emocionante rever e relembrar tudo isso”, conta.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

 
    No dia 29 de junho de 2011 os alunos do 5º ano da Escola Isolada Iaro Eugenio Hansch visitaram a redação do Jornal do Vale do Itapocu e Jornal de Bairros. 
   As redações produzidas pelos estudantes após a visita estão sendo publicadas neste blog do jornal de Bairros de Guaramirim.




Um dia no Jornal do Vale

No dia 29 de junho nossa escola foi ao Jornal do Vale. Nós fomos de ônibus e fomos recepcionados pela Dona Odila.
Na primeira sala ela nos falou de como é importante saber ler e escrever. Na segunda sala, a Tatiana nos deu um jornal para que procurássemos palavras erradas. 
Na terceira sala, nós vimos o Jeferson construindo uma página do jornal que depois iria para a máquina de impressão.
A dona Odila também nos mostrou uma penteadeira e um baú que pertencem à família há muitos anos.
Nós ganhamos um pacotinho de guloseimas, todos adoraram. Parabéns dona Odila, Tatiana e Jeferson pelo trabalho que vocês realizam.
Victor Henrique Altini

O passeio ao Jornal

Nós fomos ao passeio no dia 29 de junho. O ônibus chegou às 13h15.  Quando chegamos lá fomos recebidos por dona Odila. Ela nos falou sobre a importância da leitura. Se não lermos, não saberemos escrever. O jornal é um meio de comunicação muito importante.
Lá eles escrevem o Jornal de Bairros, que traz assuntos dos bairros. Depois, fizemos uma pesquisa em um jornal para acharmos erros de ortografia.
Quando fomos à outra sala, vimos Jeferson. Ele nos mostrou diagramas que o orientam como o jornal deve ser montado.  Dona Odila nos falou um pouco da história da casa em que funciona o jornal. Nos mostrou uma penteadeira de 120 anos e um baú de 75 anos, móveis que pertencem à família. Ganhamos guloseimas e também fomos até uma gruta.  A parte que eu mais gostei foi quando procuramos os erros de ortografia.
Guilherme Leier


Um encontro com o tempo



Barro BRANCO

Foi com a música A Paz, da banda Roupa Nova, que os alunos da Escola Vereador Heitor Antonio da Silva iniciaram o encontro, na manhã de 18 de outubro, com moradores do Bairro Barro Branco, convidados para o Projeto Redescobrindo os Bairros da unidade de ensino. A escola, multisseriada, atende crianças do 1° ao 4° ano, e segundo o registro oficial, funciona desde 1946, quando se situava próxima à igreja do bairro. Dona Tereza Vich, 81 anos, rebate a informação, afirmando que estudou na escola na década de 30, em uma sala cedida por José Vailatti. “O meu professor foi Cantalício Flores”, relembra, citando o conhecido benfeitor de Guaramirim. Ela conta que a escola era uma construção de madeira, distante do chão e acessada por uma escada. O mobiliário da sala dispunha apenas da lousa e das carteiras com seus espaços para os tinteiros, onde os alunos se sentavam em grupos.   De todos os convidados presentes, apena Tereza Vich e sua xará Tereza Orzeckowicz, 53, filha do vereador que se tornou patrono, estudaram na unidade de ensino, que nos seus primeiros anos se chamou Escola Isolada Barro Branco. E por que Barro Branco? Essa ninguém soube responder com certeza.
Os outros convidados estudaram em suas terras de origem, antes de imigrarem para Guaramirim. Porém, as perguntas que as crianças fazem sobre o passado escolar se aplicam a quem estudou em qualquer escola na época.
 O senhor Ari Van Den Bylaardt, 81, conta que freqüentou os bancos escolares até a 3ª série. “Naquela época, o ensino público era só até a 3ª série. Se quisesse estudar mais, teríamos que ir para o ‘centro’ e pagar por mais estudo”, disse.

Surras

Todos são unânimes ao afirmarem que, antigamente, havia mais respeito pelo professores. Em parte, porque se não houvesse, apanhava-se dos mestres sem a menor cerimônia. O senhor Osvaldo Giovanella conta que na escola onde estudou, havia um pomar cheio de árvores frutíferas, inclusive pessegueiros. “Se alguém aprontava, o professor mandava ir ao pomar buscar uma vara do pessegueiro. E batia. Depois deixava a vara em cima da mesa para o próximo que saísse da linha”, diz, enquanto as crianças arregalam os olhos com as informações. Além das varas, havia o tradicional castigo de ajoelhar-se no milho, ou levar as famosas reguadas na mão. “Uma vez, uma professora pegou uma criança, que eu não sei o que havia aprontado. A professora tinha uma régua, mas uma régua boa, sabem, e segurou a mão da criança. Quando foi bater com força, a criança puxou a mão e a professora acertou a si mesma. Ela saiu cambaleando, as lágrimas saltando pelos olhos. Essa, eu nunca vi bater em mais ninguém”, conta o senhor Ari, em meios ao risos da platéia. “Eu não aprontava na aula. Se não pudesse fazer o bem, o mal não fazia”, ensina.

Seis décadas em ação



Escola reuniu comunidade para comemorar aniversário e resgate histórico
BANANAL DO SUL

Outubro foi especial para os alunos e professores da Escola Professora Isabel, no Bairro Bananal do Sul. Desde o mês de agosto estava sendo executado um projeto que uniu o resgate histórico através do Redescobrindo os Bairros e a comemoração do aniversário de 60 anos da unidade escolar.
Toda a pesquisa culminou com uma cerimônia na manhã de sexta-feira, 6, no pátio da escola. Para o evento, foram convidados antigos moradores do bairro, previamente entrevistados por alunos, além de ex-professores, ex-funcionários e os filhos da patronesse Isabel Lília Rosa de Souza, mestre que dedicou 28 anos de sua vida ao magistério.
Alunas do 1º ano da escola declamaram poesia sobre as dificuldades enfrentadas pelos colonos durante os primeiros anos da então chamada Escola Municipal Olinda. O trabalho de construção do primeiro prédio foi relembrado com emoção através da memória viva da comunidade, fundamental para que fosse possível redescobrir o bairro. “Com nossas mãos devemos fazer o melhor ambiente para vivermos”, afirmou o ex-aluno e professor Osvaldo de Souza.
A secretária de Educação de Guaramirim Cristiana Poltronieri aproveitou a ocasião para anunciar a esperada reforma para o prédio escolar, reivindicada pela direção da escola e pela APP. 
Em 1951, a Escola Municipal Olinda tornou-se Escola Isolada Taquarimbó. Através do trabalho voluntário de toda a comunidade, o prédio escolar foi construído no terreno doado pelo casal Brás e Isabel de Souza. Em 1989, o nome da escola foi alterado para homenagear a ilustre professora Isabel. Nos dias atuais, 60 alunos, da educação infantil até o 5º ano, são atendidos na unidade de ensino, continuando o legado de luta pela educação iniciado há seis décadas.